Como a automação industrial beneficia a indústria de alimentos e bebidas e suas embalagens

4 de outubro de 2022

Entenda o salto de qualidade que estes setores deram com o avanço dos sistemas automatizados de fabricação

A indústria de alimentos e bebidas é um segmento com grandes ganhos a partir da automação industrial. Afinal, produtos voltados ao consumo humano estão sujeitos a regras rígidas de fabricação e para embalagens, a fim de garantir a integridade, a segurança, a vida útil e o menor desperdício possível.

A automação industrial não só promove a integração das linhas de produção como torna as empresas mais competitivas no mercado pela otimização de processos de fabricação, além do avanço no desenvolvimento de embalagens que prolongam a vida útil dos produtos.

A tecnologia empregada maximiza a produtividade e diminui os riscos envolvidos nos processos. É maior rentabilidade e agilidade com maior segurança para colaboradores e produtos.

Porém, por mais que a automação industrial seja uma realidade notoriamente vantajosa para o setor de alimentos e bebidas, quem deseja automatizar precisa planejar. Os gestores devem estar cientes das necessidades de ajuste nos negócios sem perder a eficiência.

Portanto, digitalizar processos, planejar e implementar fazem parte da evolução para automação, sempre em conformidade com a capacidade de investimentos da empresa. E para que máquinas sejam bem operadas, qualificar os colaboradores também é um passo fundamental.

Vamos entender com profundidade essas mudanças que revolucionam a indústria de alimentos e bebidas, e suas embalagens.

História das embalagens no Brasil

A história das embalagens é tão complexa quanto a história do próprio comércio. Para quem tem curiosidade em saber sobre a origem das embalagens, é importante destacar que é uma história que remonta há mais de 4 mil anos, período em que o homem começou a cuidar do que considerava seus pertences, sentindo a necessidade de embalar para proteger também os seus alimentos.

Naturalmente, com os arranjos entre as pessoas, técnicas mais avançadas foram se desenvolvendo, como o uso de folhas, raízes, crânios de animais, peles, utensílios feitos com argila, cabaças, sementes, especiarias, gordura, calor ou água nesse processo.

A invenção do vidro contribuiu muito para a evolução do ato de embalar, permitindo, pela primeira vez, uma forma personalizada de guardar produtos. Na Idade Média, novos tipos de materiais começaram a ser usados para embalagens como a porcelana, o metal, a madeira e o papel.

Já na Idade Moderna, a produção agrária de alimentos começou a dar lugar para a produção mercantil e as grandes navegações fizeram surgir novos mercados consumidores. Mas foi o início da Idade Contemporânea que marcou uma fase revolucionária na história das embalagens. Em 1815, Napoleão Bonaparte ofereceu um prêmio para quem criasse uma forma de conservar os alimentos em longas viagens, dando origem às embalagens em lata e, consequentemente, à primeira leva de alimentos processados.

No Brasil, alguns estudos apontam a origem das embalagens por volta de 1637, ano em que o príncipe de Nassau, acompanhado de artesãos, desembarcou em Pernambuco a fim de construir uma oficina direcionada a produzir frascos e vidros para embalagens.

Porém, só em 1808 é que o setor se expandiu graças à construção dos primeiros portos e à chegada da família real e da corte portuguesa ao Brasil. No século 19, portanto, o desenvolvimento de embalagens foi ampliado para quatro possibilidades: sacos de papel, usados principalmente para embalar café, algodão e açúcar; garrafas de vidro, para embutidos, bebidas e vinagres; latas para alguns tipos de alimentos e iguarias; e barris de madeira para vinho, água selecionada e outras iguarias, geralmente restritas ao uso da corte.

Já no século 20, com a Revolução Industrial, a invenção da máquina a vapor propiciou a abertura de novos mercados e o surgimento dos primeiros projetos envolvendo tecnologia. A demanda por materiais e embalagens de diferentes formas, tipos e tamanhos foi natural.

Os alimentos passaram a receber foco da indústria, pois estava no senso comum o entendimento de que era preciso oferecer mais segurança e prolongar a vida dos insumos para consumo humano, além dos manufaturados que começavam a ganhar mercado nas grandes cidades.

Com boas embalagens, o transporte também começa a ser beneficiado, criando os primeiros projetos de logística de alimentos do país.

Importância das embalagens

Embalar tem duas funções básicas: conter e proteger. Com o passar dos anos, ganhou também a função de transportar os alimentos e segue evoluindo a cada dia que passa.

A embalagem é um elemento fundamental para o sucesso dos alimentos no mercado, não só pela garantia de segurança e integridade, mas porque é a comunicação primordial entre a marca e o consumidor final.

Mais do que proteger alimentos e bebidas, a automação e a tecnologia empregadas na produção de embalagens conservam os alimentos com o máximo de nutrientes, protegendo-os de fenômenos climáticos e de adversidades de diversas naturezas. Elas criam moda e, em alguns casos, ditam as tendências de comportamento do consumidor.

Destaca-se que as embalagens estão sujeitas a normas específicas para que todos tenham clareza sobre quantidade, volume, peso, tamanho, prazo de validade, indicações, possíveis alertas para alérgicos, valor nutricional, entre outros aspectos definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ou seja, a embalagem é também um recurso imprescindível das políticas de saúde pública.

Vale lembrar que muitas das regras estabelecidas para embalagem são acordadas entre os países do Mercosul, conforme pacto de zona livre de comércio entre os países da América do Sul.

A fiscalização leva em conta o material utilizado nas embalagens – papel, plástico, tecido, vidro, metal etc. -, a forma de contato com o alimento ou bebida, as leis de higiene e os aspectos de distribuição, além da rotulagem, que terá seu pacto de adequação às novas normas encerrado em 09 de outubro de 2022, conforme RDC 429/2020.

Evolução na indústria de alimentos e bebidas

A humanidade depende da alimentação para sobreviver e evoluir. Com o aumento da população mundial, graças às técnicas de conservação dos alimentos e bebidas que a expectativa de vida foi aumentando.

Com a Revolução Industrial, o mundo passou a ter condições de estocar mais alimentos, embalados de forma mais adequada. Agora, com a Indústria 4.0, os processos de automação nas indústrias de alimentos e bebidas propiciam a consolidação de embalagens inteligentes, capazes de prolongar em muito a vida útil dos produtos para consumo humano, com segurança e resistência.

Para entender essa trajetória, é preciso compreender que a indústria alimentícia é composta por um conjunto de processos de elaboração, tratamento, condimentação, embalagem e conservação.

A partir da segunda metade do século 20, os produtos obtidos na indústria e seus procedimentos de transformação se diversificaram, gerando uma maior oferta de itens e o consequente aumento no consumo, principalmente por parte dos países mais desenvolvidos.

A indústria de alimentos e bebidas foi se tornando uma das mais fortes e promissoras do mundo e as embalagens foram se aperfeiçoando para atender esse crescimento. Os processos relacionados ao consumo humano geram um volume impressionante de negócios, com alto número de empregos gerados, fortalecendo e projetando economias.

Alguns fatores impulsionaram o processo de industrialização de alimentos e bebidas no Brasil. Entre eles, as políticas governamentais de apoio ao desenvolvimento industrial, o ritmo de crescimento econômico, a substituição da importação por produtos do mercado interno, a Segunda Guerra Mundial (que reduziu os acordos e os fluxos comerciais entre os países), o êxodo rural, o aumento da renda per capita, a melhoria da infraestrutura de transporte e a atração do capital estrangeiro.

De 1920 a 1950, o número de fábricas de alimentos passou de 2.709 para 32.872. Na década seguinte, este número se manteve praticamente estável, voltando a crescer na década de 1970, quando o país experimentou oscilações na metodologia e na contabilização na quantidade de negócios registrados no Brasil.

Após 1995, os dados voltaram a ser unificados e, atualmente, o país conta com 34.800 estabelecimentos industriais de transformação de produtos para consumo humano, exceto as padarias, que não são contabilizadas nesta estimativa. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), relativos ao último levantamento, realizado em 2021.

Ainda de acordo com a ABIA, o setor industrial de alimentos e bebidas é o maior do país, representando 10,6% do PIB nacional, gerando 1,72 milhões de empregos formais e diretos. O Brasil ocupa a segunda posição mundial quando o assunto é exportação de alimentos industrializados, mantendo negócios com cerca de 190 países.

Algumas das empresas de alimentos e bebidas brasileiras estão entre as 100 maiores do mundo, sem falar da liderança do Brasil no quesito embalagens. Boa parte dos líderes mundiais em embalagens a vácuo estão aqui.

Com o crescimento da indústria de alimentos e bebidas não alcoólicas no país, surgiu a necessidade de desenvolver as áreas de ciência e tecnologia de alimentos, e a regulamentação da atividade industrial e formação profissional. Desde a década de 1960, época em que foram criados o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA), a Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos (sbCTA) e a primeira Faculdade de Tecnologia de Alimentos (FTA), o Brasil começou a estruturar a sua base de crescimento e pesquisa para ampliar e modernizar o setor.

Afinal, trata-se de um segmento industrial que representa 63,7% da balança comercial brasileira.

O que é e como funciona a automação industrial

A Indústria 4.0 é uma realidade e, com ela, todas as áreas foram afetadas pela automatização de processos. Uma indústria alimentícia ou de bebidas ainda não automatizada corre o risco de ficar obsoleta e perder competitividade, e isso também vale para as fabricantes de embalagens para o setor.

Existem inúmeras vantagens em automatizar os processos, sendo as mais comuns a redução de desperdício e a agilidade. Mas primeiro é preciso entender do que se trata.

A automação só é possível com investimento em novas tecnologias que otimizam a maneira como as coisas são produzidas. Trata-se, portanto, de uma forma de utilizar máquinas eletromecânicas, equipamentos e softwares para melhorar e agilizar os processos de produção.

Há muitas possibilidades de automação para as indústrias de alimentos, bebidas e embalagens. Cabe a cada indústria analisar as ofertas do mercado dentro da sua realidade produtiva e financeira, para que o investimento seja assertivo.

Vantagens da automação industrial para embalagens e alimentos

São diversas as vantagens em automatizar uma fábrica de embalagens. A direção é sempre otimizar processos produtivos e melhorar a competitividade em um mercado que exige alta tecnologia, pesquisa, desenvolvimento de novas soluções e dinamismo.

No caso da indústria alimentícia, há ainda a vantagem de evitar contaminação, já que os processos passam a ser feitos por máquinas, dentro de padrões muito mais rigorosos de higiene e limpeza.

Automatizar os processos de produção de embalagens e alimentos traz agilidade, inovação, melhora o faturamento, posiciona a empresa no mercado de possibilidades, diminui os custos, traz segurança aos colaboradores e garante qualidade ao produto final.

Atualmente, a indústria de embalagens conta com algumas variações importantes, como o tipo de matéria-prima utilizado (vidro, alumínio, papel, plástico, aço, isopor, papelão etc.) e a divisão dentro de cada material. O polietileno tem ganhado destaque por suas variedades de combinações, que resultam em embalagens flexíveis, rígidas, coextrusadas, de média e alta barreira, em sacos e até versões mais sustentáveis para dar aos fabricantes mais segurança e vida útil aos produtos.

Para que a indústria de embalagens se modernize, entretanto, existe uma série de regulamentações implementadas para garantir conformidade entre os processos de produção do que embala e do que será embalado.

As vantagens tanto para a indústria de alimentos quanto para a indústria de embalagens passam por cinco premissas básicas:

Aumento na produtividade

Para produzir uma tonelada de rosquinhas, é preciso ter uma quantidade equivalente de embalagens que levarão o produto até o consumidor final. Quando a indústria tem capacidade de vender a sua produção e expandir a sua atuação no mercado, o aumento da produtividade acontece, desde que a fábrica esteja automatizada.

Quanto menos tempo de trabalho os equipamentos precisam cumprir para produzir aquele alimento e aquela embalagem, mais produtividade a empresa poderá oferecer.

A automação industrial constrói ciclos de produção mais eficientes e dinâmicos, dentro dos padrões de qualidade, com baixos índices de erros. Com a manutenção correta, os equipamentos são capazes de manter alto percentual de produção e desempenho, dentro dos prazos acordados.

Qualidade

Para produzir em larga escala, é preciso ter capacidade de apresentar a mesma qualidade em cada item, ainda que sejam milhares. A automação industrial propicia a consistência no padrão de qualidade, o que está diretamente ligado à imagem da empresa no mercado.

Eliminando os erros humanos e com a correta manutenção de equipamentos, a produção terá sempre o mesmo desempenho.

Redução de custos

Automatizar uma empresa tem um custo inicial alto e muitas delas acabam não investindo porque não conseguem considerar o futuro, com os ganhos em competitividade e redução dos custos de fabricação.

Qualquer investimento feito em automação industrial de forma planejada terá seu retorno em forma de economia em outras frentes, aumento da capacidade produtiva e da qualidade nos processos.

Isso sem falar na redução de desperdícios de insumos que, em médio e longo prazo, já pagam boa parte dos investimentos.

Monitoramento remoto

A possibilidade de monitorar todas as etapas de produção e o estoque remotamente é um dos grandes ganhos da automação industrial também para a indústria de embalagens e alimentos, garantindo segurança e controle de qualidade.

Graças à tecnologia para automação de sistemas, todos os dados são enviados para a nuvem, ficando disponíveis para os usuários com permissão. Hoje, já existem fábricas de alimentos e bebidas que abrem esse monitoramento em tempo real para qualquer consumidor ou cliente, trazendo credibilidade para os seus produtos.

Caso qualquer insumo ou produto apresente problemas, as máquinas são capazes de detectar e corrigir o lote e substituir por um ingrediente correto. O mesmo vale para as embalagens, que precisam estar dentro dos padrões determinados.

Competitividade

Automatizar é investir em competitividade. Ainda que boa parte da indústria de alimentos no Brasil ainda não tenha investimentos maciços em tecnologia se comparado a indústrias de países mais desenvolvidos, é uma tendência para quem quiser se manter no mercado.

No caso das embalagens, já existem mais investimentos em automação, mantendo algumas empresas brasileiras no topo de alguns segmentos, como é o caso da linha de embalagens flexíveis para alimentos.

Investir em automação é, portanto, uma forma segura de expansão de negócios com rapidez e competitividade, lembrando que, com planejamento, ela pode ser progressiva e contínua para os negócios que não querem aplicar grandes quantias de uma única vez.

Vantagens da automação industrial para bebidas

Automatizar uma fábrica de bebidas traz não só as cinco vantagens mencionadas acima, como a preservação de todo o líquido no processo de envase com segurança e integridade.

Para além do aumento na produtividade, a agilidade é fundamental quando se fala em indústria de bebidas.

Imagine uma demanda de rede de supermercado atacadista por uma quantidade grande de estoque, situação comum nas relações comerciais brasileiras. Se a indústria que recebeu o pedido não estiver automatizada, ela não poderá atender pedidos que estejam além da capacidade limite de produção diária.

Como a automatização permite a personalização das demandas e uma produção ininterrupta por bastante tempo, a indústria que estiver com a tecnologia e a manutenção em dia se manterá competitiva e poderá atender pedidos bem mais ousados.

Aplicação da automação industrial para alimentos e bebidas

A automação industrial transforma os setores de forma abrangente. Sensores passam a monitorar toda a produção em tempo real, enviando dados para armazenamento, identificando e corrigindo defeitos sem a intervenção humana.

Ao contrário do que muita gente pensa, a automação industrial necessita dos talentos humanos para as funções de inteligência. É essa capacidade cognitiva, que só o ser humano tem, que fará o intercâmbio entre tantas informações para sua aplicabilidade e trabalho em conjunto com empresas parceiras, como é o caso das indústrias de alimentos, bebidas e embalagens.

A automação também permite intercâmbio entre máquinas mais antigas com equipamentos mais modernos. É como um implante neural nas máquinas e o sistema se ajusta sozinho. Esta técnica é bastante usada na indústria de beneficiamento de farináceos e grãos, em que as sequências automatizadas detectam possíveis impurezas e, em alguns casos, substituem por insumos apropriados, saindo do local embalado da forma mais segura e íntegra.

Outra aplicação da automação industrial é a inversão produtiva (business transformation), em que o cliente pede o que quer ou um setor específico demanda e a indústria se adapta, desenvolve e produz. Na indústria de bebidas e alimentos, é possível produzir com mais ou menos ingredientes, conforme demanda do cliente.

Frequentemente são anunciados aumentos ou reduções de nutrientes em alguns produtos manufaturados. Se antes essa era uma mudança onerosa e trabalhosa para as fábricas, com a automação, elas passam apenas por alguns ajustes no planejamento produtivo.

A automação industrial permite, ainda, calcular o preço dos produtos com base nas informações fornecidas pelos softwares de gestão, além de regular e reduzir o consumo de energia, água e demais insumos básicos da fábrica.

Como os serviços Balluff ajudam na automação industrial

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